segunda-feira, 14 de setembro de 2015

O Sábado



Yeshua (Jesus) foi traído, não somente por Judas. Ele é traído a todo instante. Por mim, por você, por todos...e Ele não te cobra que perceba a profundidade disso. Ele deixa você perceber no seu tempo.

Conforme você conseguir entrar no descanso dEle.

Conforme você se sentir perdoado.

Conforme você parar de olhar para o pecado.

Conforme você tiver maior interesse pela luz do que pelas trevas.

Experimente: arrependimento, e o Messias conduzirá seu coração até o Amor. Quando seguir pelo caminho do arrependimento, experimentará:
  • Mudança de sentido na vida;
  • Quebrantamento;
  • Constrangimento por perceber que estava insistindo no errado;
  • A sensação de compreender o que não compreendia;
  • Se sentir liberto;
  • Sentir tudo ser explicado;
  • Se sintir amado;
  • Acompanhado;
  • Com fé na restauração;
Yeshua se manifesta, como pensamentos, uma voz falando com sua mente. Você será ministrado. Será curado. Será restaurado. Então entrará no Descanso de Deus. Conhecerá o Sábado.Você está no Santo dos Santos. Permaneça neste Espirito o máximo de tempo que puder. Até mesmo enquanto faz outras coisas no seu dia a dia. Ajude as outras pessoas a permanecer neste mesmo Espirito. Creia que elas também experimentam isso do jeito delas.

Quando desistir do seu ego, a mudança virá. Fazemos isso por não compreendermos que somos parte de Um Todo. Este desistir é o arrependimento. As coisas vão fluir. Descanse no Messias, em Yeshua, no Sábado, no Descanso.

Arrependimento é quando você reconhece que está cansado e sobrecarregado e decide ir até a Luz. É quando deixa seu ego de lado.

Textos para meditação:

Pois desejo misericórdia, não sacrifícios, e conhecimento de Deus em vez de holocaustos.
Oséias 6:6

Aquele que habita no abrigo do Altíssimo e descansa à sombra do Todo-poderoso
pode dizer ao Senhor: Tu és o meu refúgio e a minha fortaleza, o meu Deus, em quem confio.
Salmos 91:1,2

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Jesus a boa nova



Já se fez perguntas a respeito de conflitos entre a lei e a graça?

Alguns dizem:
Se a graça me basta, então eu estou livre para pecar?

Muito de nossa busca pela espiritualidade e pelo que é Divino envolve o nosso próprio ego. Muitas vezes buscamos a Deus, não por crer de fato nEle, mas por querermos descobrir segredos que nos diferenciará dos outros humanos. Queremos estar acima de todos. Queremos ser melhores do que todos. Este é um velho erro da natureza caída. Na verdade esta é a própria queda humana. O ego. O sentimento de querer tirar proveito. O sentimento de querer definir pela nossa razão o que é certo e o que é errado. O desejo de tomar o lugar de Deus. O anseio por ser maior e melhor, que geralmente culmina com a humilhação de nossos "oponentes". Queremos estar por cima para humilhar o nosso próximo. Acreditando que isso nos trará satisfação e preencherá o nosso vazio interior.

Com a graça não é diferente. Ao sabermos que podemos tudo em Deus, queremos usar deste artificio para pecar, destruir, aniquilar, beber do sangue do nosso próximo. O mundo é mau e exige sacrifícios exatamente pela nossa maldade, incrustada em nosso ser. Usamos o pouco conhecimento que adquirimos de Deus para barganhar com Ele a licença para sermos maus.

O que aprendi na minha caminhada é que a graça de Deus é exatamente o que nos faz entender que somos iguais diante dEle. A graça abre as portas dos céus ao religioso obcecado pela lei e ao adúltero que se prostitui e idolatra a própria carne. A graça não é ofensiva a nossa vontade. Ao mesmo tempo que abre este leque de liberdade para todo o ser humano, é necessário a nossa compreensão e decisão diante do caminho que nos foi aberto. E esta decisão é que torna ele estreito. É estreito porque a nós é muito difícil optar por algo que não nos engrandece, não nos traz benefício material e imediato. Requer muita fé optar por algo em que o benefício é invisível e transcendental.

Quando falamos sobre a graça de Deus, temos que fazer o paralelo imediato sobre a pessoa de Jesus. Jesus é o Religare. Religare é a palavra em latim de onde deriva a palavra "religião". O significado dela é religar o relacionamento perdido entre o homem e Deus. Quando o homem caiu, se distanciou do conhecimento e do relacionamento que tinha com Deus. A humanidade então perdeu-se em seu próprio "eu". Jesus é a própria graça de Deus. Jesus é o Messias que vem até nós para nos mostrar que é possível ao homem conhecer novamente a Deus. Jesus quebra todas as correntes que nos escraviza. Jesus nos mostra que não existe nada que possa nos impedir de falarmos diretamente com Deus. Qualquer doutrina que coloque preços para falar com Deus é diabólica. Não existe preço para ser pago por nós. Você pode neste exato instante ter feito qualquer "delito espiritual" e ainda assim a porta espiritual da graça de Deus está diante de ti. Você pode falar com Deus agora mesmo. Jesus permite que cegos, paralíticos, prostitutas, políticos, adúlteros, leprosos, ricos e pobres possam experimentar Deus.

Portanto a graça não é o aval para pecar, mas é a realidade de que mesmo pecando você pode sentir e falar com Deus. Você não está impedido de falar com Ele só porque pecou. Não existe hábito humano que nos torne mais santos. Não precisa existir vergonha no seu coração de falar com Deus. Não precisa existir medo de falar com Deus. Não deixe para amanhã, não espere suas atitudes estarem mais santas, pois de fato nunca estarão o suficiente para que se sinta aceito por Ele. Não é a sua atitude que faz Deus te aceitar mais, mas sim a graça dEle. Porém aos que decide falar com Deus, Ele mesmo promete que voltará seus ouvidos aos que o buscam genuinamente. Se você o buscar para humilhar seu irmão, logicamente não será ouvido. Se você o buscar para se sentir melhor do que seu próximo, será completamente ignorado.

Mas dentro deste raciocínio é importante entender que a lei não é má como alguns também pregam. A lei não é errada por causa da graça, muito pelo contrário. O cumprimento da lei de Deus é o resultado inevitável da ação da graça de Deus em sua vida. Não como imposição e nem da noite para o dia. Mas naturalmente, ao se aproximar de Deus através de Cristo (graça), você começa a considerar impossível não praticar a lei, pois não encontrará mais o sabor no pecado. Jesus representa não só a graça, mas também a lei. Ele é o próprio cumprimento da lei. Ele é o caminho entre a graça e a lei. A graça nos faz romper a barreira da aceitação e nos direciona para a lei. Nos santifica e nos transforma.

Este caminho entre a graça e a lei é Jesus, é o Religare. E ele só pode ser percorrido quando o seu ego é deixado de lado. Quando você conseguir em algum momento tomar a sua cruz, matar o seu eu e seguir a Cristo, permitirá que Deus te de nova vida. Te de a Vida Verdadeira. Perca a sua vida e irá encontra-la em Cristo. O caminho é estreito, pois ele envolve enfrentar o maior medo do homem. A morte. A morte do seu ego. Deixe que o amor a Deus tire este medo da morte do seu coração e da sua mente. A morte é inevitável, mas a ressurreição é fruto de uma escolha. A escolha de ser mártir. A escolha de entregar sua vida a Deus tem como prêmio a ressurreição. Não existe prática humana que possa garantir este direito, senão a entrega de sua vida a Cristo.

Esta é a boa nova. Que todos nós podemos conhecer novamente a Deus. Este é o desejo de Deus.
Oséias 6:6

Que a graça e a paz de Deus esteja com todos.

Amém

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Tempo de Justiça


No princípio era o verbo, através do qual Deus criou os céus e a terra. A terra estava em caos. Sem forma e vazia. E então Deus resolveu transformar o caos em ordem. Para transformar o caos em ordem, primeiro iluminou. Trouxe luz ao caos. Depois fez separação entre o que era luz e o que era trevas. A criação começa então com a justificação. Justiça nada mais é que possibilitar a existência, pois, no caos há destruição. Justiça é o que se espera para o bem de todos. O homem então decide duvidar de Deus e decide pensar que poderia haver algo melhor do que a justiça. O homem perde sua fé na justiça e busca novamente o caos, mas o que encontra é somente destruição.

Este mesmo homem questiona o criador, questiona a existência de alguém que tenha colocado ordem, justificado e possibilitado a existência de tudo. Até mesmo a existência passa a ser questionada. O mundo que vemos pode ser uma mera simulação. A justiça, no imaginário humano, deixa de existir. A justiça é relativizada, ao se tornar relativa, se torna injusta.

Por toda a história humana a justiça de Deus foi questionada e criamos a justiça humana. Leis que defendem o interesse apenas de quem quer mandar. Isso fica tão latente que até mesmo a justiça divina é questionada. Até mesmo a veracidade da história das tábuas de Moises, escritas por Deus, é dita por muitos como manipulação do povo. Alguém diz que amar o próximo é manipulação. Relativizou-se tanto a justiça que até o certo ficou errado.

Hoje estamos vivendo tempos em que o povo clama por justiça. O caos chegou a tal ponto, que muitos nem sabe para onde temos que ir, só sabemos que temos que sair de onde estamos. Por isso o povo agora está na rua. Mas para onde vamos? Até que ponto temos que lutar? Segundo Jesus temos que estar dispostos a morrer por isso. Se queremos seguir o caminho da verdade e da vida, o caminho da justiça, devemos pegar a nossa cruz. Pegar a cruz significa segurar nas costas aquilo pelo que você será morto. Por isso não conseguimos viver num mundo totalmente justo, pois, poucos tem fé de verdade no pós-vida. Poucos estão verdadeiramente dispostos a morrer por justiça. Porém o incomodo do caos tem sido tão grande que muitos estão passando a preferir. Melhor morrer pela justiça do que viver no caos, morrendo todos os dias.

A seis meses atrás eu estava orando e Deus me disse que teríamos que fazer protestos pacíficos contra a corrupção durante as copas, pois, seria o momento em que o mundo veria o Brasil. Eu em minha pequenez, não tirei meu traseiro do sofá, e a coisa aconteceu mesmo sem que eu pudesse contribuir com relevância neste fato histórico. Como não poderia ser diferente, quando Deus fala, Ele não fala só com um, Ele fala com muitos, e muitos que tiveram muito mais fé do que eu fizeram acontecer. Agora quero acordar junto com este gigante que Deus despertou, com esse Brasil que luta por justiça. Se você é cristão está mais do que obrigado a também lutar. Não precisamos guerrear, a guerra por si só é injusta, e não faz sentido lutarmos por justiça guerreando. Mas temos que dar a nossa face, temos que tornar explícita a lambança do governo brasileiro.

Oro a Deus para que este espírito de manifesto seja constante em nossa nação, até mesmo quando o caos estiver menor. Se queremos um país justo, devemos lutar contra qualquer injustiça que se levantar, doa a quem doer. Temos que nos dar conta de que fazer o bem não é estar acomodado, mas lutar contra o mal. Tornar explícito o que não está justo. A privacidade pode proteger-nos do mal, mas também nos faz acomodados e injustos. Desordeiros de nossas próprias vidas. Vândalos de nosso próprio bem estar. Por isso devemos nos mexer. Devemos ter fome e sede de justiça, ou seja, ficar tão incomodado com a falta ela que não podemos passar muito tempo sem te-la.

Busquemos justiça!

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Movimento


Definir quem somos pode implicar em algumas consequências. Corremos o risco de ficarmos ligados ao rótulo que nos colocamos. Risco porque experimentar a vida e experimentar Deus é estar em constante movimento. Vida é movimento. Deus é movimento.

Já vivi, fui e mudei muita coisa e continuo vivendo, sendo e mudando. O meu futuro depende disto. O fato é que não me importa muito quem fui, o que vivi e o que mudei, mas me preocupo muito com o presente.

O que penso sobre meu presente? Todos os dias tenho acordado pensando que chegou a hora de fazer a diferença. Diferença em que? No mundo, na vida, na minha, na sua, em tudo! Talvez esta seja a grande diferença entre Jesus e o cristianismo, Darwin e o darwinismo, Calvino e o calvinismo, Buda e o budismo. Todos transformadores, que tiveram seus conceitos aprisionados em "ismos" que apenas ensinam o conceito, na tentativa de aprisionar a sua ação.

Mudar o mundo é praticar o mundo, transformar é agir dentro e fora do virtual. Virtualizamos tudo que pensamos, ao modo que não precisamos mais viver o que está nos filmes, no contentamos em apenas assistir a história que poderíamos criar. Não precisamos mais amar o próximo, compartilhar uma imagem no facebook já ajuda ele e eu nem preciso abraça-lo.

Penso na ferramenta virtual apenas como uma ferramenta, para arrebanhar pessoas que queiram de fato transformar vidas, transformar realidades. Utilizo este espaço para isto. Que a inspiração virtual lhe provoque a agir e a transformar a sua realidade, o seu meio ambiente, as pessoas ao seu redor.

Graça e paz
Carlos Zillner

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

O homem não existe!


No ano 10.000 d.C. cientistas descobrem seres estranhos. Possuíam 4 pés em forma de rodas, portas, bancos (orifícios), um motor de alta complexidade  (coração), sistemas mecânicos (músculos) e elétricos (sistema nervoso), aparelhos para emitir sons (cordas vocais), sistema de combustão (aparelho digestivo), uma caixa que fornecia energia e se carregava quando este ser se movimentava.

Percebendo toda a inteligência deste ser, e verificando que existiam outros seres semelhantes e de inteligência hora inferior, hora superior, concluíram que estes seres evoluíram ao longo do tempo. Também concluíram que existir um criador destes seres afrontaria todas suas teorias, então começaram a encontrar explicações para o surgimento desses mecanismos de sobrevivência, sem atribuir o seu design a uma inteligencia superior. Concluíram que uma mistura química em uma circunstância pouco provável, mas plenamente possível em bilhões de anos. Foi gerada a cerca de 500 milhões de anos uma porca.

Esta porca se dividiu em parafusos, engrenagens, tubos e fios. Para se proteger de desastres naturais (seja lá o que naturais quer dizer num mundo que surge do acaso), utilizaram placas de metal como pele. Uniram-se em comunidades, onde vários pequenos organismos formam um corpo maior desse bicho chamado carro.

Naturalmente o próprio ambiente em que viviam, foi selecionando quais deveriam prevalecer. Alguns desses seres tinham um sistema de ar condicionado mais evoluído, outros suportavam melhor o calor, outros tinham a pele mais resistente. Os que tinham um corpo mais adaptado ao seu meio sobreviveram por mais tempo. Sem quebrar suas patas em solos esburacados. Alguns conseguiam até se regenerar em hospitais chamados retíficas. Também existem aqueles que sobreviveram por serem mais atraentes, outros eram tão feios que assustavam seus inimigos naturais.

Depois de muito pesquisarem e perceberem tantos detalhes explicados por sua avançada tecnologia, chegaram a uma conclusão. Está provado! O homem nunca existiu!

domingo, 25 de dezembro de 2011

Natal quem?

É engraçado como as redes sociais tem levantado questões que demonstram o pensamento generalizado das pessoas. Assistimos um moralismo não-religioso onde o senso comum tenta definir o que é certo e errado. É um fenômeno extremamente interessante, porque até então, o pecado de tentar definir o bem e o mal era algo individual. Tanto que a maior bagunça provocada na humanidade, é 7 bilhões de pessoas pensando de forma diferente, inclusive acerca do bem e do mal. Porém parece que caminhamos para uma unificação de pensamento. Que penso eu ser perigosa. Primeiro porque o homem não é capaz de dizer o que é certo e o que é errado. Adão e Eva provaram isso, dizendo que Deus estava errado e não morreriam ao comer do fruto. Segundo porque vejo nisso uma tendência de um novo tipo de ditadura. A ditadura moral, que também impedirá qualquer pensamento contrário ao senso comum. Atrocidades continuarão a ser cometidas e informações que já se perderam no tempo, provavelmente se perderão com maior intensidade. Temo que o fruto disto seja um maior esfriamento da fé mundial, pois, a única fé que vem sendo propagada é a fé cega e vã.


Dentre tantos assuntos que circulam pelas redes, o do momento é o natal. E eu nunca ouvi tanta besteira sobre o natal como agora. Não só em redes, mas é engraçado ver uns 5 papais noel passando de carro buzinando em meu bairro, e um comboio de carros atrás, também buzinando. Que costume é este que vem surgindo?


Os cristãos vão dizer que as pessoas se esqueceram do verdadeiro significado do natal. Mas qual será o real significado do natal? As vezes penso que o real sentido do natal é exatamente este. Pinheiro, enfeites, troca de presentes e papai noel. Sabe porque? Porque o natal só foi associado ao nascimento de Cristo em 354 d.C. Então a festa sempre foi pagã. Os cristãos romanizados (pós Constantino) que começaram com esta besteira de comemorar o nascimento de Cristo dia 25 de dezembro. Substituindo a festa pagã do nascimento do deus Sol. Combinado também com as festas a Saturno da mesma época, chamadas de Saturnália. Além da comemoração de outros ícones místicos e pagãos como o nascimento de Mithra.


Acontece que em 354 d.C., por interesses políticos e tentando preservar o Império Romano, já em declínio,  o cristianismo já havia sido decretado religião oficial do Império Romano. E principalmente neste período vários costumes e crenças pagãs foram acrescidas à religiosidade cristã. Como o culto aos santos, por exemplo, que vem da crença em vários tipos de deuses que lutavam por causas diferentes, como os deuses do olimpo agregado pelos romanos da crença grega. Basicamente, fizeram com o cristianismo o mesmo que fizeram com os gregos. Apoderaram-se de suas crenças, mudando nomes e adaptando crenças. Nada muito diferente do que já não acontece no Brasil, misturando o catolicismo com a umbanda e o candomblé pela nossa história colonial. E também trazendo para um período mais contemporâneo, o gênio da substituição de crenças Edir Macedo que trouxe ao evangelicalismo costumes espíritas, umbandísticos e até mesmo da mística nórdica Wicca e outros.


O natal atual, foi adaptado em torno de outro deus, e novamente paganizado, cultuando ao deus Mamon. O capitalismo principalmente, percebendo o potencial no ato de presentear e enfeitarmos nossas casas, apostou na imagem do São Nicolau. O uniformizou, criou uma identidade vistual, criou até mesmo jingles e slogans: transformou num negócio. Assim como diversas outras datas, o povo idiota comemora um evento místico e oferta dinheiro aos rios aos sacerdotes do dinheiro. Engraçado que o São Nicolau que era cristão, antes retratado com trajes de bispo, foi associado até a mitologia nórdica, com roupa nórdica, a presença de duendes e outra mitologia muito atual. A "mitologia capitalista" também colaborou, onde quem propagou a aparência do velhinho foi a Coca-Cola, colocando suas cores nos trajes e popularizando a marca do natal.


Diante deste quadro, penso: natal de quem? Natal? Nasceu o salvador? Ele nem nasceu nesta data, estima-se que foi entre fevereiro e março. Poxa, será que é isso mesmo que estamos comemorando? Mas qual o caminho cristão para isto? Satanizar a data, ou realmente substitui-la pelo nosso objetivo cristão? Será que o nascimento do salvador da humanidade deve ter uma data, ou será que todas estas mensagens de nascimento e morte de Jesus não deveriam estar em nossos lábios todos os dias?


Eu não me espanto com o culto ao Papai Noel e à caridade remunerada. Me parece que isto sempre aconteceu, desde o principio do cristianismo, o natal era uma data de festas pagãs. Não adianta brigarmos para cristianiza-la, até porque o efeito disto será o que vemos no meio evangélico. Pessoas lembrando-se da importância de Cristo, apenas para dar lição de moral nos que não são cristãos.


Além do que é muito estranho esta lição de moral, já que a tempos o cristianismo vem tratando Deus como o Papai Noel. Parece até que o Deus da bíblia não faz sentido, ou não é estudado, então as pessoas acreditam no conceito de Papai Noel, mas o chama de Deus.


O senso comum já pensa em Deus como um velhinho barbudo, os evangélicos o pregam como um deus que te leva pro céu se você for um bom menino. A fé basta apenas no discurso protestante, mas a prática protestante se iguala ao discursos e à prática evangélica. Tanto é que se alguém souber que você bebe, fuma, beija pessoas, mantém relações sexuais ilícitas, rouba e mente, será julgado já em vida e condenado à perdição.


O evangelicalismo prega deliberadamente que só será abençoado se der o dízimo. Achamos que temos a receita para chegarmos a Deus. Seja moralista e sinta-se santo. Sendo santo terá experiências com deus e se tornará alguém com um status de hierarquia espiritual mais elevado. O conceito de barganha com o deus papai-noelizado está ai, em nossos costumes, crenças e até embasado na bíblia.


Portanto, se quer celebrar o nascimento de Cristo, convido-o a conhecer o Cristo que você diz seguir. Desintoxicando-se da religiosidade natalina que vivemos, conhecendo o Deus da graça, do amor incondicional, que nos salva pela nossa fé em sua obra salvífica e sua graça que se estende a todos, inclusive os meninos que foram maus durante o ano. E por favor, faça isso todos os dias.


Já parou para pensar que seu Deus é verdadeiro? Pelo menos você diz que é, não diz? Então porque não procura conhece-lo? Ah, você procura? Então porque não lê a bíblia? Qual melhor maneira de conhecer Aquele que é o verbo encarnado, a Palavra que habita entre nós, o cumprimento de tudo que foi escrito, sem ler esta palavra? Se a bíblia é a palavra de Deus, como tua fé declara, porque não lemos? Devemos tomar vergonha na cara, nós dizemos crer em coisas que não praticamos, portanto não cremos de fato.


De sentido para sua fé, de sentido ao seu natal, e faça do natal uma constante. Celebre todos os dias o nascimento daquele que te salvou. Viva a realidade da salvação todos os dias de sua vida, e então o 25 de dezembro perderá o seu significado, mas sua vida ganhará significado todos os dias.


Deus tenha misericórdia de nós!
Carlos Zillner

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Um convite ao "não saber"

Começo este post com o texto de Lucas 9:49-62
49 E, respondendo João, disse: Mestre, vimos um que em teu nome expulsava os demônios, e lho proibimos, porque não te segue conosco.

50 E Jesus lhes disse: Não o proibais, porque quem não é contra nós é por nós.


51 E aconteceu que, completando-se os dias para a sua assunção, manifestou o firme propósito de ir a Jerusalém.


52 E mandou mensageiros adiante de si; e, indo eles, entraram numa aldeia de samaritanos, para lhe prepararem pousada,


53 Mas não o receberam, porque o seu aspecto era como de quem ia a Jerusalém.


54 E os seus discípulos, Tiago e João, vendo isto, disseram: Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma, como Elias também fez?


55 Voltando-se, porém, repreendeu-os, e disse: Vós não sabeis de que espírito sois.

56 Porque o Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las. E foram para outra aldeia.
57 E aconteceu que, indo eles pelo caminho, lhe disse um: Senhor, seguir-te-ei para onde quer que fores.
58 E disse-lhe Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu, ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.
59 E disse a outro: Segue-me. Mas ele respondeu: Senhor, deixa que primeiro eu vá a enterrar meu pai.
60 Mas Jesus lhe observou: Deixa aos mortos o enterrar os seus mortos; porém tu vai e anuncia o reino de Deus.
61 Disse também outro: Senhor, eu te seguirei, mas deixa-me despedir primeiro dos que estão em minha casa.


62 E Jesus lhe disse: Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o reino de Deus.
Me parece que a humanidade tem sede de destruição. Os cristãos não contrariam esta regra. Jesus acaba de libertar um menino de possessão demoníaca e ensinar que o menor é o maior no reino de Deus. Os discípulos então começam a criticar os que expulsam demônios em nome dEle.


Logo depois, Jesus não é recebido numa aldeia de samaritanos, por aparentar ser de Jerusalém. Os discípulos, que ouviam e presenciavam o amor de Jesus, pensam no que? Em mata-los. Perguntam se não deveriam pedir que descesse fogo dos céus para consumi-los.


O pensamento é mais ou menos o seguinte: "Nós estamos com e somos amigos do Filho de Deus, todo poderoso. Logo temos poder, então quem vier contra nós, aniquilaremos.". O emprego errado da frase que tanto é recitada ainda nos dias de hoje: "Se Deus é por nós, quem será contra nós?".


Jesus dá uma lição que deve ter deixado os discípulos envergonhados. Lição esta que logo é esquecida, mas que Jesus volta a ensinar, e seus ensinamentos ecoam pela eternidade. Porém já nos primeiros séculos, cristãos ao verem que o cristianismo se tornara um fenômeno religioso, esquecem-se também.


Dês daqueles tempos, nos achamos donos da verdade absoluta. Dignos de exercer pena sobre quem é contra nós. Pensamos compreender Deus. O colocamos numa caixa, nos autoproclamamos donos de Deus, detentores de Deus, e garantimos nosso direito de aniquilar almas.


Seja no quarto século, com massacres a gregos e judeus, seja nas cruzadas matando árabes, judeus e cristãos que se opunham à cristandade vigente. Seja na inquisição, na venda de indulgências. Seja na reforma protestante, que também trouxe guerras e mortes pela europa, no avanço ao "novo mundo" com guerras entre missões protestantes e católicas. Também na perseguição moral, no falso moralismo, na carnificina de almas que ocorre todos os domingos em nossos templos. Nos burburinhos entre todos nós, na discriminação do pecador e não do pecado, apenas aos que são expostos e têm o seu pecado descoberto. Na disceminação da cristandade institucional, levando um cristianismo de morte a países onde o cristianismo não tem lugar.


Diante deste cenário, ao comentar neste blog que Gandhi nos deixa constrangidos. Facas, lanças e pedras são lançadas, na continuidade deste sentimento de detentores da verdade, filhos do Deus verdadeiro.


Faço um convite ao "não saber". Sem louvor à ignorância, mas sim na tentativa de reconhecermos que não sabemos tanto a ponto de poder julgar o próximo. A busca pelo saber é válida, mas nos considerarmos descobridores de alguma verdade é podre. Alguns legalistas virão com textos em que Paulo diz que podemos sim diferenciar salvos de não salvos, e devemos sim julga-los. Para o inferno com sua moral religiosa!


Quem decide que um neopentecostal não será salvo, é o presbítero que abusa sexualmente de sua sobrinha nos churrascos da família. Quem condena um jovem por ir a uma balada, é aquele que usa de deslealdade para se sobressair em seu emprego, em nome de uma "vida próspera". Quem diz que o terno é a vestimenta santa em nossos templos, bate na esposa em casa, e o faz em nome de Deus. Alegando ser autoridade e cabeça em sua casa.


Frases cheias de moral são espalhadas em vidros de carros, marca páginas, CDs, redes sociais, etc. Todas citando supostas verdades filosóficas com capa de cristianismo, ou melhor, evangelicalismo. Frases que expressam: "Eu aprendi e descobri a verdade, então posso lhe dizer que você está errado, e se você contestar a mim, irá para o inferno!". Frases que pouco obedecemos, pois, por detrás delas existe o sentimento de: "Eu sei mais do que todo mundo, pois, o próprio Deus fala comigo".


Jesus ao saber que a mulher samaritana que estava no poço, já estava no seu sexto marido, não deu lição de moral, não a condenou, não disse que iria para o inferno. Apenas a amou, sorriu, fe-la saber que não precisaria se preocupar com o que passou, e disse: "Vá e não peques mais.". Em tom pacífico.


Os discípulos neste momento? Escandalizados, porque Jesus falava com uma mulher, samaritana e adúltera, permitiu ser servido por ela, e não deu nem uma bronquinha. Jesus foi naquele momento a expressão mais louca e sábia do amor.


Diante disto tudo, faço-lhes uma pergunta que tem ecoado em minha mente nesta semana: E quem foi que disse que você tem de entender Deus?


Ficamos obcecados por compreender a vontade de Deus para nossa vida. Achamos que ser cristão é compreender cada passo que damos. Compreender nossas crenças, compreender o cosmos, as circunstâncias. Me dediquei por muitos anos a encontrar respostas, por um motivo digno. Minha fé não pode ser cega, e se é verdadeira, não preciso ter medo de encontrar respostas, pois elas apenas confirmarão a existência de Deus e a veracidade bíblica. Creio que fui correto nisto. Mas ainda que busque respostas, nada disso vale uma discussão e um desentendimento com um irmão. Prefiro abraçar alguém e comer junto com esta pessoa, e saber os motivos de preocuapação e choro desta pessoa, do que saber se ela é calvinista ou se ela acha que assistir TV é pecado.


De que importa tudo isso? De que importa se determinada pessoa fuma ou se ela bebe? De que importa? Nada... se eu não souber ama-la? Ainda que eu falasse a lingua dos anjos, ainda que eu não fosse a baladas, fosse santo em tudo que pratico, fosse totalmente irrepreensível e correto diante dos homens, sem amor, o que adiantaria?


Porque nos dedicamos tanto em procurar o que está errado, e não paramos para perceber o que está certo? Sabemos tudo que não devemos fazer, mas não lembramos nem um pouco do que devemos fazer.


Ainda que você seja estudado, faça-se de ignorante. Ouse não apresentar suas argumentações teológicas, abrace e ame a quem está do seu lado. Dê de comer a quem lhe pedir. Lute por causas que trarão conforto, comida e abrigo aos necessitados. Chore com os milionários desesperados por não compreenderem porque são infelizes se já possuem mais do que precisariam por 5 ou até 10 gerações.


Este é o meu convite ao "não saber". Experimente viver todo dia, como se você não soubesse o amanhã (de fato não sabe). Experimente viver sabendo que discutir, julgar, discriminar e apontar não mudará realidade alguma. Deixe de lado a retórica! Se você crê a décadas que a fé vem pelo ouvir, e que o Espírito Santo nos convence de nossos pecados, porque tenta convencer aos outros de que sua maneira de enxergar o evangelho é correta? Isso salvará alguém? Isso está salvando a você? Você é capaz de beijar seu inimigo? Você é capaz de saber todos os passos de sua vida segundo a vontade de Deus? É capaz de compreender os mistérios da criação? Convido-o a ler Jó a partir do capítulo 38, para que perceba a soberania de Deus e o quanto Jó que se achava a cereja do bolo de Deus foi podre, afrontando o próprio Deus por sofrer sem o suposto merecimento.


Procure praticar o que lê na bíblia, sem desculpas de que o contexto era diferente. Sem diferenciar palavra de Deus, da palavra de Paulo. Você pode não compreender o que a palavra de Deus diz, mas nem por isso precisa encontrar justificativas. Tenha fé! É a palavra de Deus! Apenas viva o que diz nela.


Que Deus tenha misericórdia de mim e de todos nós
Carlos Zillner