sexta-feira, 15 de abril de 2011

Prioridades

No púlpito um pastor informa as prioridades da sua denominação, os resultados da reunião com os demais pastores e o presidente da organização:
-Irmãos, queremos restaurar o mundo, por isso agora todas as igrejas tem uma nova prioridade... MONTAR MAIS IGREJAS!

Isso é tão comum, que enoja.
Infelizmente, as necessidades das denominações se resumem simplesmente em montar mais igrejas. Nada mais, nada menos. Infectar o mundo com suas posições. Para que todas as comunidades sejam marcadas por suas doutrinas.
Já não importa o pobre, importa o templo. Não importa a fome da comunidade, importa o púlpito que comporta a melhor banda e o melhor esquema de som.
A igreja deve se preocupar com o espírito, o governo com a sociedade. Traçamos até onde iremos, ficamos com o mais fácil. Deixamos de lado o que é mais difícil.
Dentro do templo adoramos de mãos erguidas ao céus e olhos fechados.
Olhos que não podem ver as necessidades do outro. Olhos que não podem ver a tristeza do outro. E se em algum momento o percebem, são fechados para uma oração pelo vizinho, e somente isso!
Todos os problemas devem ficar fora do templo, pois diante de Deus não podemos estar tristes.
MENTIRA! BALELA! FALSIDADE!
Pois Deus é Deus dos tristes, Deus é Deus da humanidade. Sou humano quando reconheço que estou triste, sou humano quando reconheço a tristeza do outro.
SOU HUMANO, QUANDO ACEITO QUE SOU HUMANO DO JEITO QUE EU SOU... SEM MÁSCARAS!

Nossos templos devem priorizar a humanidade. Nossa adoração deve olhar para o mundo.
Não há prioridade maior de Deus, do que o homem.
A Missão a qual Deus nos convida a fazer parte, iniciada em Jesus, é para re-humanizar o homem. A nossa Missão é simplesmente lembrar que existe jeito de ser gente de verdade, e que Jesus é esse modelo. Perdemos nosso senso de amor a Deus, quando priorizamos templos ao invés de vidas.
Será que um dia seremos igreja de verdade e daremos prioridade a Missão de Deus, e não mais a templos e nossas denominações hipócritas?
Que Deus tenha misericórdia de nós.

Nenhum comentário:

Postar um comentário