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Segue uma grande citação deste livro, para aguçar a curiosidade de vocês para lerem o livro inteiro:
"Embora venerado por cinco séculos, o sermão convencional tem contribuído das mais variadas
formas para a degradação da igreja.
Primeiramente, o sermão faz com que o pregador seja uma virtuose artística do culto
eclesiástico. Como resultado, a participação da congregação fica obstaculizada (na melhor hipótese)
e excluída (na pior hipótese). O sermão transforma a igreja em um auditório. A congregação
degenera em um grupo de espectadores apagados presenciando um evento. Não há espaço para
interromper ou questionar o pregador enquanto ele profere seu discurso. O sermão congela e trava o
funcionamento do Corpo de Cristo. O sermão promove um sacerdócio dócil por permitir que os
homens do púlpito com suas mãos agitadas88[88] dominem a reunião da igreja semana após semana.
Em segundo lugar, o sermão estanca o crescimento espiritual. Pelo fato de ser uma estrada de
uma só mão, o sermão embota a curiosidade e produz passividade. O sermão debilita a igreja no que
toca ao seu funcionamento. O sermão sufoca o mútuo ministério. Abafa a participação aberta.
Estanca o crescimento espiritual do povo de Deus.89[89]
Como cristãos, necessitamos funcionar, exercitar, caminhar para poder crescer.90[90] Podemos
crescer sentados como uma estátua de sal ouvindo um homem pregar de lá de cima do púlpito
semana após semana? De fato, uma das metas do estilo da pregação e ensino do NT é incentivar
você a funcionar.91[91] Isto encoraja você a falar na reunião da igreja.92[92] O sermão convencional
obstaculiza este processo.
Em terceiro lugar, o sermão conserva a mentalidade do clero antibíblico. Cria uma excessiva e
patológica dependência do clero. O sermão faz do pregador um especialista em religião, o único que
tem algo de valor a compartilhar. Trata todos os demais como cristãos de segunda categoria, como
esquentadores de banco (Embora isso não expresse o geral, é a realidade).93[93]
Como pode o pastor aprender dos demais membros do Corpo de Cristo quando eles estão
mudos? Como pode a igreja aprender do pastor quando seus membros não podem fazer perguntas
durante sua prédica?94[94] Como podem os irmãos e irmãs aprenderem uns dos outros se eles estão
amordaçados e não podem falar nas reuniões?
O sermão torna a “igreja” distante e impessoal.95[95] O sermão priva o pastor de receber o
sustento espiritual da igreja. O sermão priva a igreja de receber nutriente espiritual mútuo. Por estas
razões, o sermão é uma das maiores barricadas que impedem o sacerdócio funcional!96[96]
Em quarto lugar, em vez de equipar os santos, o sermão remove suas habilidades. Não importa
quão forte e extensamente o ministro fale acerca de “equipar os santos para a obra do ministério”, a
verdade é que a pregação de sermões não equipa ninguém para o serviço espiritual.97[97] Na
realidade, o povo de Deus acostumou-se tanto a ouvir sermões que os pastores acostumaram-se a
pregá-los. (Sei que alguns cristãos não gostam de pregações a cada semana, mas parece que a
maioria as desfruta).98[98] Em contraste com a pregação, o ensinamento do estilo neotestamentário
equipa a igreja para que funcione sem a presença do clero.99[99]
Em quinto lugar, o moderno sermão é totalmente contraproducente. A maioria dos pregadores é
especialista em coisas que nunca experimentou. Por ser abstrato e teórico, piedoso e inspirador,
demandante e obrigatório, entretido e ruidoso, o sermão não coloca os ouvintes em uma experiência
direta e prática daquilo que é pregado. Assim, pois, o sermão típico é uma lição de natação em terra
seca! Falta todo valor prático. Prega-se muito no ar, mas ninguém aterriza. A maioria das pregações
é dirigida ao lóbulo frontal. A moderna pregação do púlpito falha em ir além da mera disseminação
de informações sobre equipar crentes a experimentar e utilizar aquilo que escutam."
Se você se interessou, leia o livro, ele fala isso tudo com base, o livro é recheado de bibliografias riquíssimas. Mas que este livro não sirva para desanima-lo, e sim para converte-lo num agente transformador da realidade cristã atual.
Graça e Paz
Carlos Zillner
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