segunda-feira, 6 de junho de 2011

A boa nova que não é pregada

O que é mesmo a boa nova? Alguns vão pensar muito para responder esta pergunta. A maioria dos evangélicos brasileiros nem saberão a resposta correta, seus cultos se resumem a ensinamentos de que somos vitoriosos, mas não ensina o que Cristo é. Os tradicionais por sua vez responderão na lata. A boa nova é que Jesus morreu pelos nossos pecados. Ah... legal... ele morreu, mas e daí? O que tem de bom você dizer que uma pessoa morreu? No mundo do politicamente correto, você será visto como os cristãos do primeiro século, que eram acusados de serem canibais, pois, diziam comer o corpo de Cristo e beber seu sangue.

Afinal de contas, qual é a grande sacada da boa nova? O que é tão bom assim? "Poxa, eu tenho um pouco mais de entendimento e entendo que a morte de Cristo pelos meus pecados, é meu passaporte para o céu. Ele morreu para que meus pecados fossem pagos e eu pudesse ir pro céu. O pastor me perguntou: você quer ir para o céu com Deus ou queimar no inferno? Ai eu respondi: quero ir pro céu (Duh!)."

Nossa evangelização é tão idiota! Apenas pessoas totalmente descrentes dizem preferir ir pro inferno, pois, lá terá mulheres, cerveja e tudo que eles acham bom nesse mundo. Mas qualquer um que tema um pouquinho a Deus, escolhe céu, por isso começa a ir na igreja. Mas até ai, o que existe de salvação nessa história? A boa nova fez algum efeito? Ela foi realmente pregada?

Acredito que não. A boa nova é o retirar de um fardo. Jesus morreu na cruz por mim, mas o que isso realmente significa? Significa que fui justificado, me tornei santo e justo em Cristo Jesus. Todo pecado que cometi e cometerei é como se não existisse para Deus. Então quando peco, não preciso mais viver entristecido porque falhei denovo, porque não fui capaz de ser perfeito. O perdão de meus pecados significa que ainda que erre, posso viver intensamente feliz, pois, estou justificado antes mesmo de pecar e não preciso mais carregar o fardo dos meus erros.

Os crentes vivem num mundo de lamentação. O evangelho pregado é o evangelho do choro, onde Deus precisa me perdoar constantemente, e o sacrifício de Cristo, de nada vale. O que importa é que eu pequei denovo e estou triste, pois, sou um falso humilde que olha para meu umbigo e diz...como eu sou falho. Nos vestimos da carapuça de tristeza e mostramos que estamos em busca do perdão de Deus. O engraçado é escrever isso e lembrar da cara de tristeza da Ana Paula Valadão...hehe.

Penso que Jesus as vezes tem vontade de dar uns tapas na nossa cara e falar: 
- Cara! Acorda! É boa nova! O que você está chorando? Porque está sofrendo? Eu sou o CAMINHO, a VERDADE e a VIDA. A VERDADE vos libertará, de todo pecado, injustiça, sofrimento, etc, etc, etc.

Outra questão religiosa que erramos e louvamos ao diabo, é a cultura de que devemos ficar tristes na santa ceia, pois, devemos lembrar do sofrimento de Cristo na cruz, que foi culpa minha. A bíblia nunca fala da morte de Cristo como motivo de me sentir culpado, e sim de me sentir liberto do pecado. Devo ficar feliz, tanto que a santa ceia é momento de comunhão, do partir do pão, ou pelo menos deveria ser. Hoje em dia temos tudo mais moderno, é mais fácil pegar um "dadinho" de pão e um copinho menor que o de pinga pra falar que estou em comunhão. Difícil é viver junto, sentar junto, repartir, pegar as bactérias da mão do próximo, ama-lo, ouvi-lo, suporta-lo e ficar feliz, porque Cristo nos permite viver e crescer em comunhão.

Como o pastor da igreja que tenho ido diz, quando oramos a Deus entristecidos pedindo perdão pelos nossos pecados, estamos dizendo a Deus que não cremos no sacrifício de Cristo. Como José que havia perdoado seus irmãos no Egito, por terem lhe vendido, e seus irmãos não acreditaram no seu perdão e temiam sentar-se a mesa com ele.

Imaginem, Cristo ressucita e então a bíblia relata várias vezes que está consumado e não precisaremos mais oferecer holocaustos por nossos pecados. Ou seja, Cristo chega para nós e fala: 

- Não se preocupa não, eu já te perdoei de tudo que fez, e o que ainda não fez. Apenas me siga.

Nós respondemos:

- Me perdoa senhor!

Jesus torna a dizer:

- Meu! Que que você não entendeu? Eu falei que ta tudo certo! Não esquenta a cabeça não.

E nós:

- Óh Senhor Jesus! Me perdoa! Sou um pecador!

Pois misericórdia quero, e não sacrifícios; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos. Oséias 6:6


Diante desta situação, penso. O mundo está acabando, Jesus está voltando e nós estamos plantando igrejas, ensinando o mundo a sofrer. Nós montamos nossos templos no mundo todo, ensinando a viver do nosso jeito e ensinando nossa doutrina humana. Levamos 20 anos para plantar uma igrejinha de 100 membros num país distante, enquanto deveríamos sair sem nada e apenas contar para o mundo a verdadeira boa nova. Não precisa nem deixar seu trabalho, sua terra, basta pregar a boa nova. Mostrar a graça de Deus ao mundo e que o nosso fardo não precisa mais ser carregado.


Pelo menos o mundo mudou um pouco. Agora temos duas grandes vertentes do evangelho. Antigamente só se pregava o evangelho terrorista: "Aceita a Jesus ou vai pro inferno!". Hoje pregamos também o evangelho do papai noel: "Aceita a Jesus e seja um bom menino que ele te dá: um carro, um emprego, uma casa, etc.". Não sei o que é pior, vou ousar criticar mais a primeira, pois, a segunda é tão obviamente errada, que penso não precisar.


Então vamos lá, se eu aceito a Jesus porque não quero ir para o inferno, estou barganhando com Deus. Meu coração não se converteu a Cristo, eu não compreendi a graça de Deus, não retirei o fardo de minhas costas, não nasci denovo. Mas eu não quero ir pro inferno, então vivo enganado, pensando que sou cristão e indo na igreja, cumprindo religiosamente minhas responsabilidades em meus ministérios.


Fico tentando não pecar, quando peco me entristeço, me martirizo, ofereço holocaustos a Deus, até conseguir ir num culto que o pastor ou líder me faça chorar pra caramba, ou rir que nem um tolo, com experiências emocionais que me faz pensar que vi a manifestação sobrenatural de Deus. Saio do culto extasiado! Ahhhhh...... que delícia.... aprendi a ser vitorioso. Aprendi que Deus se preocupa comigo, e vai fazer o mundo ser como eu quero........egoismo alimentado pela religião. Ai viro um moralista de primeira, apontando o dedo para todo mundo que erra, até eu perceber que eu também erro, e volto então ao estado de me entristecer, me martirizar, oferecer holocaustos...


A vida evangélica é um ciclo. Alguns permanecem nele por décadas. Mas infelizmente não conhecem a graça de Deus e é por isso que Jesus fala que muitos fizeram milagres em seu nome e pensam o conhecer, mas no fim dos tempos Ele dirá: "Te conheço?".


“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.” Mateus 7:21-23


Creio que está chegando o tempo da lição da figueira. 


"Aprendam a lição da figueira: quando seus ramos se renovam e suas folhas começam a brotar, vocês sabem que o verão está próximo." (Mateus 24-32)
Creio que a igreja acordará nas próximas décadas, e veremos uma dose de verdadeiro evangelho surgir e sinalizar que a vinda de Cristo está próxima. Não sou apenas eu que estou gritando acerca de nossos desvios e chamando para o verdadeiro evangelho. Existem muitas vozes clamando do deserto. Este blog por exemplo, é um deserto só...haha. Por isso creia! Divulgue a verdadeira boa nova! Cristo está voltando, não será em 2012, mas não acredito que passe muito deste século. Pare de chamar as pessoas para irem a sua igreja. Igreja não salva nada! Pregue a boa nova e faça com que as pessoas conheçam a Cristo. Leia a bíblia ardentemente, faça pontos de pregação em sua casa, em seu trabalho, seja humano com as pessoas, nunca superior, sempre servindo, sempre lavando os pés dos que irão te trair no dia seguinte.


Graça e Paz
Carlos Zillner